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Atualidade

Eu e você: presos ao voyerismo virtual

Um leitor nos enviou o link para o curioso projeto artístico de Sebastian Kempa. Uma arte bastante insólita, mas também original. No projeto, você poderá despir qualquer um de seus 24 voluntários apenas colocando o mouse sobre a figura. Os artistas são reais e foram fotografados com e sem roupas.

naked_people

Após a primeira imagem, parece sugir uma espécie de curiosidade, e o visitante é levado a descobrir o que há “por baixo” da roupa do próximo, e do próximo. O site assinado pelo artista chama-se “Naked People“, ou, “Pessoas Nuas”.

Descobrimos, também, recentemente, um outro site que joga com essa descoberta do que há “por baixo” da roupa de outro. É o Hotbox, que oferece um jogo de zoom em que se pode correr o mouse e descobrir todas as partes escondidas da modelo.

hotbox

Esses sites usam, assim, recursos tecnológicos presentes na Internet para alimentar o lado voyer de cada um… Um lado que manifesta (ou nãoo) o nosso desejo de descobrir intimidades, relações e pequenos detalhes alheios…
Ocorre que, os nus da Internet estão, geralmente, cientes de que serão observados (mudando, assim, a prática voyer comum). Seguem, por sua vez, a tendência exibicionista que rege a maioria dos sites que mostram pessoas nuas ou em fotos eróticas etc… Para quem observa, no entanto, o prazer pode ser o mesmo, uma vez que o observado continua sendo um estranho do qual ele não sabe nada, além do que se revela sob seus olhos distantes.
A Internet, e o mundo do sexo que se desvenda no ambiente virtual,  é, portanto, uma louca mistura de exibicionismo e voyerismo, readequados às tecnologias de exibiçao e de visualizaçao das novas tecnologias.
Finalizamos este artigo com um post do interessante site de um voyer muito criativo: Pupila Estendida
“Nem cabe negar, tal o desenvolvimento tecnológico, que os aparatos derivados de tamanha genialidade, há pouco relatada, promoveram profunda multiplicação dos modos de olhar. A máquina se interpôs e fez o olho alcançar o todo, ampliou fragmentos, desejos.

Eu, o voyeur. Do francês voir, ver. Não estou a suspeitar de crimes, tal Jeff em sua Janela Indiscreta. Mas há mistério. Sou desta prática antiga, do indivíduo a conseguir obter prazer por manter olhos abertos. Sim, ver com prazer não é novidade: pergaminhos japoneses do século VII já faziam referência a um concurso de tamanhos; mulheres por detrás das cortinas. Gravuras chinesas, por sua vez, nos revelaram também. Vocês e eu também adeptos, cada qual, voyeur.”

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