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Costumes

O ciúme é o oposto do amor

Em minhas raras andanças pelos sebos (o tempo é cruel e não me permite sempre esses prazeres que deveriam ser diários), encontrei um livro interessantíssimo de Emmanuelle Arsan, autora de Emmanuelle,  o livro que acabo de adquirir intitula-se A hipótese de Eros (edição 1975), e foi traduzido por Clarice Lispector.

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O livro não é atual, certamente, mas seu conteúdo com certeza esta longe de ser ultrapassado, muito pelo contrário.

Um trecho especialmente me chamou a atenção, pelo desprendimento da autora e por suas idéias nada convencionais. Ao tocar a questão do ciúme (tema sempre polêmico e atual) a autora diz o seguinte:

O ciúme

Nada esclarece melhor nossa aptidão em transformar nossos medos em força de caráter do que a lista das mortificações inúteis que nós impomos aos nossos poderes eróticos. O ciúme oferece um exemplo particularmente impressionante e sinistro da iniciação voluntária à solidão. Inconsciência individual ou impostura coletiva, o ciúme quer passar por sabedoria e sagacidade; mas na realidade este delírio maníaco, com todas as obsessões de conservação, é um cálculo de velho, uma reação de perdedor.

O ciúme, com efeito, não é uma força que asseguraria a nossa segurança: o ciúme é uma confissão de inferioridade. Por isto mesmo ele nos coloca em perigo, nos expõe a perdas e golpes, como o fazem todos os gestos apaixonados.

Ser ciumento não é somente ter medo de perder ou dividir alguém que pensamos possuir; significa também que estamos vergonhosamente seguros de que um outro pode lhe dar mais prazer, pode torná-lo mais feliz. O ciúme não é então, como se pretende, um efeito de orgulho: ele é uma humilhação, uma neurose de impotência e de frigidez. Se nós soubéssemos amar, não conheceríamos o ciúme.

Acolher os outros amores do amado, querer amar em profusão para poder amar melhor o seu amante, partir para a descoberta de parceiros e novas experiências eróticas que possam enriquecer a sociedade do casal – todas estas conquistas da imaginação e da audácia sobre o instinto – sem as quais o homem não sairá jamais da infância, ficarão longe de nosso caso alcance durante todo o tempo em que nos recusarmos em chamar por seu nome o nosso medo atávico e suas falsas desculpas.

O oposto do amor

As feridas que esta paixão inflige à beleza do amor já deveriam ter servido para nos abrir os olhos sobre o seu gênio mutilador. Entretanto, uma convenção mais forte do que todo bom-senso continua fazer o ciúme passar não somente por uma virtude, mas também como uma prova insubstituível de amor e uma garantia de sua sinceridade. A frase habitual “se você não tem ciúmes é porque não me ama” traduz uma confusão espontânea (mas alimentada socialmente) entre egoísmo e amor.

Quando analisada honestamente, a conduta ciumenta não aparece nem como um dever nem como um direito, mas como uma escória lamentável da nossa obsessão de possuir. Sob este ponto de vista, o ciúme é o oposto do amor; porque o amor não é uma invenção de nossas faculdades emocionais feita com o objetivo de nos apropriarmos do corpo e do espírito de um outro ser: o amor é uma mutação que nos permitiu sair dos limites traçados pelo caos criador ao corpo e ao espírito isolados. Ele é uma fratura que fizemos nas divisões de nossa natureza, para podermos olhar com outros olhos a pluralidade de suas dimensões. É o amor que salva o nosso consciente do abandono a que ficaria relegado por causa do egotismo conservador e dos fingimentos da linguagem. É o amor quem nos permite escapar do sistema de prestação de contas das coisas, e é ele também quem nos permite fraudar as cotas de intuição e de saber que nos fornecem os mecanismos separadores de nosso cérebro. O amor tira a inteligência do confinamento das células e abre os espaços da poesia. O ciúme fecha sobre nós as portas da solidão.

Emmanuelle Arsan, A hipótese de Eros, Editora artenova, 1975, tradução de Clarice Lispector.

Uma original visão do ciúme e uma surpreendente visão do amor, certamente, mas, me pergunto: quantos entre nós estamos aptos a viver esse amor de Emmanuelle? E quantos sobreviveriam a ele?  Eu não saberia dizer. Aliás, eu ainda não consigo formalizar uma opinião sobre a leitura dessa obra, a não ser o fato de que ela é surpreendente e de que nos paralisa com muitas idéias.

Mas, penso que um livro não precisa ser aceito em todos os seus pontos, nem entendido como um manual para um modo correto de amar, obviamente, sua função é nos fornecer meios para pensarmos sobre o amor e a vida, e é justamente isso que nos convida a pensar a autora, já que, para ela, nós vivemos e amamos com medo de viver e de amar. Segundo ela, “(…) nós amamos com medo: rejeitar é então a nossa maneira de amar. Todos os nossos amores são exclusivos, como os nossos clubes. Nós só nos sentimos verdadeiramente entre nós quando obrigamos alguém a ficar de fora (…).”

E você? O que pensa sobre o amor e o ciúme?

Atualidade

Dia do orgasmo: 3 razões para respeitá-lo

Hoje, muitos blogs já anunciaram: é o dia do orgasmo! Resolvi então falar sobre 3 bons motivos para parar de fingir um orgasmo e respeitar este momento singular de prazer.

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Simular um orgasmo é tão fácil que pode rapidamente se tornar um hábito. Para tanto basta: fechar os olhos, abrir a boca em /O\, arcar o corpo, relaxar e pronto! temos um “belo” orgasmo, certo? Errado.

Ter um orgasmo de verdade não é assim tão fácil quanto fingir um.  Sobretudo em toda a relação sexual. Depois de escolher a solução mais fácil, e evitar o pior,  do que poderíamos nos culpar não é?

Durante uma pesquisa realizada em 2008, 72% das mulheres relataram ter simulado um orgasmo pelo menos uma vez. Ora, cortejar a virilidade masculina e ganhar a paz, nunca passou pela sua mente?

Se você é uma adepta dessa prática, aqui vai três boas razões para não fingir um orgasmo.

Razão nº1: A maioria dos homens são céticos…
Segunda essa mesma pesquisa, enquanto 72% das mulheres simulam,  55% dos homens duvidam que as mulheres tiveram realmente um orgasmo. Isto significa que, apesar de alguns homens dormirem tranquilamente após o sexo, satisfeitos com sua performance sexual, a maior parte vai dormir sem ter certeza de nada.

Simular um orgasmo é basicamente dizer: “eu não estou feliz com o sexo e não estou absolutamente preocupada com isso!”, pelo menos é o que podem imaginar os parceiros mais sensíveis.

É melhor ter cuidado com essas pequenas mentiras, porque o sexo está sujeito a mal entendidos variados e dolorosos, especialmente quando não se diz nada. Falar, é como arrancar uma tufo de cabelos com cera quente, dói na hora, mas uma vez que se faz, você se sente leve! pelo menos até a próxima vez…

Razão nº2: Reivindique o seu direito de não ter um orgasmo!
O dia da mulher não foi há muito tempo! lembra-se quando marcharam pelas ruas da cidade, assinaram petições, colocaram banners pelo direito das mulheres em todo o mundo? O combate, madames, começa na sua cama, e toma a forma de três letras: Não.  Você tem o direito de dizer, “não eu não gosto disso”, “não eu não quero”, “não, não tive um orgasmo!”. Reivindique  o seu direito ao não-prazer. O prazer (o nome já diz) não é uma obrigação!  Tenha em mente que a mulher perfeita que goza toda vez que faz sexo só existe em filmes pornôs! (exceto raras excessões).

Reivindique o direito de não ter um orgasmo e não precisar se justificar. Você pode até  conversar, discutir, partilhar, sim, mas sem achar que você ou ele são culpados sempre. Comece a dizer não, e abrirá a porta para o “siiiimmmm”!

Razão nº3: Exija um sexo de qualidade!

É preciso pensar o seguinte: se você fingir um orgasmo quando seu parceiro estiver fazendo algo que nao está lhe dando nenhum prazer, você estará incentivando-o a fazer o mesmo número do “super coito”, persuadido de o fazer bem!

Pense nos motivos que a levam a fingir. Deixe claro que você não sente prazer sempre, e que isso não significa que não gosta de fazer sexo com ele, ou coisa parecida. Diga quando não estiver disposta ou propensa ao relaxamento, forçar a situação resulta em sexo de má qualidade e, pior, leva à falta de vontade de repetir o sexo com a mesma pessoa.

Por fim, pensa no porque começamos a fingir que temos orgasmos a toda hora, quando isso não é verdade?

– Para agradecer os homens de sua visita tanto regular quanto infrutifera?
– Para incentivá-los a voltar à nossa cama, apesar de sua pouca eficácia?
– Para se livrar deles rapidamente e para que ele persista errando nas próximas vezes?
– Para provar a ele que ele é bom?
– Por amor???? (será?)
– Para mostrar que somos “normais”?

Se você simula um orgasmo por essas razões, saiba que são as razões erradas!

Atualidade

O sexo e as crianças

Há dias quero compartilhar uma tirinha em francês, mas como desconheço o autor estava hesitando. Tenho ela guardada há um tempo em meus arquivos, mas acabei não gravando a fonte em que a encontrei. Se alguém, por acaso, descobrir me informe que colocarei os créditos.

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De um jeito simples, ela  fala de como nossas crianças  e adolescentes vêem os “assuntos” sobre sexualidade, e acham-se prontas para provar de tudo, tem fácil acesso à “teoria” e ao “como se faz”, mas muitas vezes estão totalmente despreparadas para a prática sexual.

De todos os males o menor é a dor de cabeça!

Literatura

Amor – pois que é palavra essencial

Considerando o interesse geral de nossos leitores por poemas eróticos, dedicamos o artigo de hoje a um dos mais ilustres poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, e sua lindíssima obra O amor Natural .

Abaixo alguns recortes (escrever todos os poemas é sacanagem – mas não sacanagem boa) desta obra que vale muito ser lida por inteiro, ser guardada, vigiada, relida, emprestada e resgatada para garantia de gozos literários futuros.

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Amor – pois que é palavra essencial
(…)
Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

bunda

A Bunda, que engraçada
A bunda, que engraçada
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
Pela frente do corpo. A bunda basta-se.
(…)

telesexo

À meia-noite, pelo telefone,
conta-me que é fulva a mata do seu púbis.
Outras notícias do corpo não quer dar, nem de seus gostos.
Fecha-se em copas:
“Se você não vem depressa até aqui
nem eu posso correr à sua casa,
que seria de mim até o amanhecer?”
Concordo, calo-me.

Certamente o livro tem outros poemas e se dedica a transformar práticas sexuais orais, anais, e outras mais românticas, em um livre exercício de desprendimento literário.  Para facilitar a aquisição listamos abaixo alguns sebos onde pode-se encontrar a obra.  A primeira edição é mais cara, mas contém ilustrações de Milton DaCosta.

Estante Virtual
Sebo do Marcao

Obs: As imagens deste artigo foram retiradas do site Sex In Art.

Atualidade

Um orgasmo por dia: lição britânica

O Slogan “Um orgasmo por dia e o médico longe” é o lema de uma recente iniciativa do serviço nacional de saúde britânico que se ocupa de explicar aos jovens os benefícios do prazer na saúde.

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O tema desencadeou uma forte reação de indignação dos pais dos jovens ingleses. Para eles a campanha pode “incitar os jovens a fazer sexo e favorecer a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis”.

O serviço nacional de saúde distribuiu um folheto chamado “Pleasure” aos pais,  parentes, professores e funcionários cuja proposta é aconselhar os alunos que eles têm o  “direito” a uma vida sexual agradável e regular e que as relações sexuais podem ser boas para a saúde cardiovascular.

Durante muito tempo, dizem os seus autores, os especialistas têm-se concentrado na necessidade do “sexo seguro” e nas relações amorosas, ignorando a principal razão do porque muitas  pessoas fazem sexo, que é, por prazer.

“Pleasure”, traz junto de seu slogan “um orgasmo por dia e o médico longe” um texto com conselhos de peritos que advogam que, para se ter saúde, deve-se comer cinco porções de frutas e legumes por dia e fazer 30 minutos de atividade física diariamente. E quanto ao sexo e a masturbação deve-se fazer pelo menos duas vezes por semana.

Anthony Seldon, o mestre de Wellington College, de Berkshire, que introduziu aulas de bem estar emocional, disse que a abordagem foi “deplorável”.

Steve Slack, um dos responsáveis da iniciativa, alega que, contrariamente ao que dizem os pais, a campanha poderia incentivar os adolescentes a adiar a sua primeira vez, até que se sintam seguros para ter uma relação realmente divertida. Para ele não haveria qualquer problema em ensinar aos jovens sobre o sexo, de informá-los melhor sobre o assunto e, portanto, torná-los capazes de tomar decisões pessoais livre da influência dos que os rodeiam. Este é, talvez, onde o sapato aperta…

A polêmica está longe de se fechar porque este tema carrega muitas facetas preconceitos, vertentes educacionais, tabus, divergências morais etc… De qualquer modo a iniciativa serviu, ao menos, para apontar que os adolescentes precisam tomar conhecimento de outras coisas que envolvem o sexo, além das lições básicas que ensinamos nas escolas de hoje em todos os países. Nossa obrigação é apenas ensinar meios de contracepção e de proteção contra doenças?

Fonte: Times Online

Atualidade

Irã: presa por quebrar o tabu da sexualidade

Pintora e cineasta que vive em Paris, Mitra Farahani foi detida esta semana ao descer do avião em Teerã. Ela saltou na boca do bolo ao regressar a seu país.  Sua culpa perante os religiosos? ter produzido o filme Tabous, em 2004.

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Tabous é um filme sobre o desejo sexual e as frustrações da sociedade iraniana, que teve um enorme sucesso no Irã. Sucesso clandestino, claro.

Em uma entrevista publicada na imprensa, por ocasião do lançamento do filme Mitra declarou:

“Absolutamente todo mundo tem uma vida dupla em Teerão. E todos sabem que todo mundo tem uma vida dupla. “

Depois de muitos anos a intimidade sexual dos iranianos é revelada por esta artista de 34 anos. Ela fala da sexualidade em seu país em suas pinturas de Arte Déco, arte que a levou a Paris em 1998.  E, também, em seus filmes. O tema foi abordado desde o seu primeiro  documentário “Juste une Femme” (Apenas uma mulher), que conta os primeiros passos na vida de um homem que se tornou mulher.

Ela diz que, numa sociedade onde é impossível viver a sua homossexualidade, a mudança de sexo às vezes é a solução mais simples, adotada por muitos gays iranianos, sem que ninguém fale desse assunto. Elogiado pelos críticos, o documentário “Juste une Femme” lhe permitiu realizar seu primeiro longa metragem aos 28 anos de idade. “A maior parte dos cineastas se autocensuram”, diz ela.

Tabous tem a particularidade de ser um documentário que mescla realidade com cenas de ficção. Ao final, os atores franceses (incluindo Coralie Revel) reproduzem um conto erótico, um poema do século XIX de Iraj Mirza.

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Ter ousado filmar uma mulher nua sobre a terra sagrada do Teerã é, sem dúvida, um dos motivos que levou à prisão de Mitra. Uma vez que nenhum cineasta foi tão longe na transgressão.

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Mitra  foi presa ao descer do avião, assim que mostrou seu passaporte. Foi conduzida ao escritório da polícia, onde permaneceu por dois dias.  Em seguida, ela foi transferida para a prisão de Evin, onde se encontra um grande número de presos políticos, como o jornalista amerciano-iraniano Roxana Saberi, recentemente libertado.

O caso de Mitra pode ser mais delicado aos olhos dos mulás, porque com seu filme, mesmo que ela tenha dado voz aos religiosos, ela revela tabus mais atuais do que nunca. O seu destino dependerá da revolta e dos protestos em curso no país.

Fonte: Le Post

Arte

Sexo expresso em canetas

Vídeo  muito original que vi no blog Eroti-cidades.
Ele está armazenado no Youtube e é de autoria de Alvaro C.

Literatura

Sexualidade em Michel Foucault

Para aqueles que ainda não conhecem ou não tiveram acesso aos textos e obra de Michel Foucault, considerando a importância de seus estudos sobre a sexualidade, trazemos alguma citações para “acender o desejo” de nossos leitores em conhecer o que este autor têm a nos dizer sobre a sexualidade e a sociedade.

foucault

 (…) a civilização ocidental, em todo caso, há séculos, quase nada conheceu da arte erótica; ela amarrou as relações de poder, do prazer e da verdade, sobre uma outra forma: uma “ciência do sexo”. Tipo de saber onde o que é analisado é menos o prazer do que o desejo, onde o mestre não tem a função de iniciar, mas de interrogar, de escutar, de decifrar, onde o processo não tem por fim uma majoração do prazer, mas uma modificação do sujeito (que se encontra perdoado ou reconciliado, curado ou liberto). (Michel Foucault – “L’Occident et la vérité du sexe”, Le Monde, n. 9885, 5 novembre 1976, p. 24, Traduzido por Wanderson Flor do Nascimento.)

(…) o jogo do S/M é muito interessante porque, enquanto relação estratégica, é sempre fluida. Há papeis, é claro, mas qualquer um sabe bem que esses papéis podem ser invertidos. Às vezes, quando o jogo começa, um é o mestre e, no fim, este que é escravo pode tornar-se mestre. Ou mesmo quando os papéis são estáveis, os protagonistas sabem muito bem que isso se trata de um jogo: ou as regras são transgredidas ou há um acordo, explícito ou tácito, que define certas fronteiras. Este jogo é muito interessante enquanto fonte de prazer físico. Mas eu não diria que ele reproduz, no interior da relação erótica, a estrutura do poder. É uma encenação de estruturas do poder em um jogo estratégico, capaz de procurar um prazer sexual ou físico. (Michel Foucault, an Interview: Sex, Power and the Politics of Identity; entrevista com B. Gallagher e A. Wilson, Toronto, junho de 1982; The Advocate, n. 400, 7 de agosto de 1984, pp. 26-30 e 58. Esta entrevista estava destinada à revista canadense Body Politic. Tradução de wanderson flor do nascimento.) 

“O comportamento sexual não é, como muito se costuma supor, a superposição, por um lado de desejos oriundos de instintos naturais e, por outro, de leis permissivas e restritivas que ditam o que se deve e o que não se deve fazer. O comportamento sexual é mais que isso. É também a consciência do que se faz, a maneira que se vê a experiência, o valor que se a atribui. É, neste sentido, creio eu, que o conceito de gay contribui para uma apreciação positiva – mais que puramente negativa – de uma consciência na qual o afeto, o amor, o desejo, as relações sexuais são valorizadas.” (Michel Foucault – Escolha sexual, ato sexual , 1982)

Como não tenho conhecimento das obras de Michel Foucault, tendo lido coisas aqui e ali, não posso fazer um relato seguro a cerca do que este autor fala em sua “História da Sexualidade”. Finalizo então com trecho final da leitura de  Lara Haje:

“Michel Foucault constrói, portanto, uma nova hipótese acerca da sexualidade humana, segundo a qual esta não deve ser concebida como um dado da natureza que o poder tenta reprimir. Deve, sim, ser encarada como produto do encadeamento da estimulação dos corpos, da intensificação dos prazeres, da incitação ao discurso, da formação dos conhecimentos, do reforço dos controles e das resistências. As sexualidades são, assim, socialmente construídas. Assim como a hipótese repressiva, é uma explicação que funciona. Cada um que aceite a verdade que mais lhe convém. Ou invente novas verdades.”
 

Referências:
Artigos completos, e conhecer um pouco da obra de Michel Foucault em português visite Espaço Michel Foucault
Em inglês há também um site bastante completo sobre o autor  The Foucault Pages at CSUN 
Lara Haje. Foucault, Michel. A História da Sexualidade
História da Sexualidade: a vontade de saber. vol. 1 

Música

Música e sexualidade – tarado ni você

Com muitas músicas que falam de relaçoes amorosas, sexo e “otras cositas” Caetano tinha que figurar nossa lista. Ainda mais depois de sua declaraçao para a TPM:  “Sou do time que acha sexo a coisa mais importante que há. Tipo Freud. [risos]. Uma manifestação essencial de tudo”.

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Música

Música e sexualidade – Chico Buarque

Não poderia deixar de falar do Chico Buarque, principalmente porque este cantor – com suas mulheres – sabe, como ninguém, falar de sexo de um ponto de vista feminino. Missão nada fácil. O pensamento feminino e o sentir feminino neste campo é muito diferente do masculino.  Um exemplar dessa sensibilidade do Chico é a  música

O MEU AMOR 
Chico Buarque/1977-1978 – Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque

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